Pages

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estudo da ANVISA aponta grande quantidade de Sódio em alimentos industrializados

" A ANVISA apresentou no mês de novembro de 2010, o resultado de um estudo sobre a quantidade de sódio, gorduras e açúcares em mais de 20 categorias de alimentos industrializados.
  A quantidade de sódio encontrado na batata palha, por exemplo, pode variar em até 14 vezes de marca para marca. Já nos salgadinhos de milho, essa diferença chega a 12,5. É o que revela estudo apresentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira (18/11), em Brasília. O estudo verificou a quantidade de sódio, gordura saturada, gordura trans e açúcares em mais de 20 categorias de alimentos industrializados.
   O caso do macarrão instantâneo com tempero também chamou atenção pela grande quantidade de sódio encontrada. “Em algumas amostras ficou constatado que, ao comer uma única porção desse alimento, a pessoa está ingerindo 167% do sódio recomendado para ser consumido durante todo dia”, explica a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito.
    De acordo com Maria Cecília, essa diferença encontrada nos teores de sódio, nas diferentes marcas de alimentos, comprova que a indústria pode produzir alimentos mais saudáveis. “Vamos encaminhar essa pesquisa para o Ministério da Saúde, para que seja pactuado entre Governo Federal e as indústrias de alimentos uma redução das quantidades de gorduras, açúcar e sal nos alimentos processados”, afirma a diretora da Anvisa.
Quanto às Bebidas

   A pesquisa da Anvisa apontou, ainda, que os níveis de sódio dos refrigerantes de baixa caloria, tanto à base de cola quanto à base de guaraná, apresentam maiores valores de sódio em relação aos refrigerantes comuns. Nos refrigerantes de cola, a média dos teores de sódio encontrada foi de 54mg/l, enquanto nos refrigerantes de cola de baixa caloria essa média foi de 97mg/l.
   Já nos refrigerantes de guaraná, os valores médios de sódio encontrados no produto convencional e no de baixa caloria foram 81 mg/l e 147 mg/l respectivamente. “Esses valores mais altos podem ser explicados pelo uso de aditivos, como o ciclamato de sódio, nos produtos de baixa caloria. Entretanto, é preciso considerar que existem limites estabelecidos e que a quantidade utilizada dessas substâncias não representa um risco para a saúde”, pondera Maria Cecília.
    No caso dos sucos, bebidas com concentração de polpa da fruta entre 30 e 50%, a pesquisa indicou menor quantidade de açúcar nas amostras de suco de manga (9,8g/100ml) e maior quantidade do referido nutriente no suco de uva (14,5 g/100 ml). Já para os néctares, bebidas com concentração de polpa de fruta entre 20 e 30%, os menores índices de açúcares totais foram encontrados nos sabores de laranja, maçã e pêssego com uma média em torno de 11g/100ml. Já os néctares de uva são os campeões em teores de açúcares totais com índices que chegam à 14g/100ml.
   Quanto à gordura

   Para gorduras saturadas, chama atenção a grande quantidade de marcas de alimentos com teores superiores à média encontrada na respectiva categoria. No caso das batatas fritas, 17 das 28 marcas analisadas estavam com teores de gordura saturada acima da média.
    Nas batatas palhas, 55% das marcas analisadas estavam com teores de gorduras saturadas com valores superiores à média desse nutriente para o respectivo produto. Já nos salgadinhos de milho, o maior valor encontrado de gordura saturada (2,6g/25g) foi dez vezes maior que o valor mínimo (0,25g/25g).
    Nos biscoitos, o que apresentou os maiores teores de gorduras, tanto saturadas quanto trans, foram os de polvilho. “Com essas informações em mãos, que apontam tanto uma variação de nutrientes dentro de uma mesma categoria de alimentos, quanto entre categorias diferentes, fica mais clara a necessidade de o consumidor observar com atenção as tabelas nutricionais nos rótulos dos alimentos e optar por alimentos mais saudáveis”, orienta a diretora da Anvisa.
   De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não-transmissíveis. Além disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.
  Já dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças brasileiras na faixa de 5 a 9 anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para 48%."

  Relatório do estudo em:
http://websphere.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1011330044bbafc3b1f6b10377ff0da5/Perfil+Nutricional.pdf?MOD=AJPERES
Fonte: http://www.rgnutri.com.br/ acesso em 02/12/10.

V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde - 17 a 20 de abril de 2011 - USP

"A Comissão de Ciências Sociais e Humanas da ABRASCO anuncia a realização do V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas Aplicadas à Saúde, entre os dias 17 e 20 de abril de 2011, na cidade de São Paulo, no Campus da Cidade Universitária da Universidade de São Paulo.
Essa quinta edição tem como tema central “O lugar das Ciências Sociais e Humanas no campo da Saúde Coletiva”, definido a partir das reflexões produzidas durante os quatro congressos anteriores e as participações das Ciências Sociais e Humanas no desenvolvimento da Saúde Coletiva brasileira.
O Congresso pretende reunir pesquisadores, docentes e estudantes de pós-graduação e graduação nas áreas de ciências humanas e sociais voltadas para a saúde.
Pretende-se incentivar o debate, a reflexão e o enfrentamento dos desafios teóricos e práticos colocados para esta área no contexto contemporâneo. Serão muito bem vindos aqueles que querem pensar, debater, construir e refinar a nossa ampla participação no campo da saúde."
Maiores informações em: http://www.cienciassociaisesaude2011.com.br/index.php

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Oficina de Plantas Medicinais - UBS Jd. Vera Cruz - 25 de novembro

Na oficina desse dia foram chegando mais pessoas para participar do grupo: reforço que esse grupo é aberto a todos que quiserem participar.
Fizemos uma roda onde conversamos sobre vários temas de fitoterapia e nutrição: com mais tempo farei um caderno dos assuntos que fomos levantando e discutindo no dia.
Chegamos a um consenso de que no dia 02 de dezembro iremos fazer um protetor solar à base de Aloe Vera  e também  aprender juntos como germinar grãos. O objetivo é fazermos o suco de sol ou suco vivo em 09 de dezembro.
Não consegui tirar fotos  mas coloco uma  de suco de sol para nos incentivar: enquanto isso vou estudando mais sobre esse tema.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Oficina de Plantas Medicinais - UBS Jd. Vera Cruz

     Após meses de planejamento e levantamento de recursos para a oficina de plantas medicinais pudemos começar os encontros em 18/11/2010 na Unidade Básica de Saúde.
O objetivo dessa oficina é  a disseminação participativa de conhecimentos e vivências com relação a plantas medicinais. Quando conseguirmos montar nossa cozinha iniciaremos também uma oficina de culinária utilizando as plantas e temperos que temos na nossa horta. Bem, mas essa é ainda uma outra etapa para construirmos mais adiante.
     Tivemos no primeiro dia a participação de pessoas com muitos conhecimentos e com muita vontade de trocar informações. Para que pudéssemos nos conhecer melhor fizemos um aquecimento usando uma tradição européia realizada no início da primavera em que as pessoas penduram suas roupas nas árvores como o intuito de que suas doenças possam ser curadas por elas. Alguns de nós ficamos preocupados com as árvores mas foram escolhidas aquelas que tem já estão bastante firmes e grandes.
      Usamos tiras de tecidos doados por uma colega da unidade, colocamos nossos nomes e amarramos em três tipos de árvores: abacateiro (representando a estrutura e o masculino); amoreira (representando o feminino) e a pata de vaca (representando as emoções), e cada um escolheu quantas tiras queria amarrar nas árvores.  Ainda precisamos decidir quando retiraremos nossas tiras (ou não).


Embaixo da pata de vaca  com as tiras amarradas


   Para finalizar esse encontro fizemos uma roda e cada um pode dizer o que gostaria de construir dentro desse grupo que está iniciando agora, o que cada um tem como objetivo, lemos  um trecho da carta do chefe Seatle que reproduzo abaixo e agradecemos a Mãe Terra e a Deus por todas as bençãos recebidas:

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo  sopro.  O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo."




 
    Pretendemos começar a trocar informações  sobre o que cada um dos participantes conhece e usa das plantas medicinais e os conhecimentos científicos    sobre esse tema no dia 25/11/10. Essa oficina está aberta aos moradores da região de Perdizes, Barra Funda e Lapa que poderão participar comparecendo na Unidade de Saúde (R. Saramenha nº 60) às quintas feiras às 11 hs.

   Agradeço de coração aos amigos Dalila, Idalina, Gennaro, Silvana, Vera e a todos mais que vierem. Agradeço também ao Aruan pelas fotos e ao José que tem sido um super parceiro para que essa oficina pudesse acontecer.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Alimentos" destinados às crianças: Vilões em pele de heróis

"Pesquisa do Idec verifica que enquanto os personagens infantis estampados nas embalagens de alimentos ricos em gorduras e sódio cumprem bem o papel de atrair as crianças, a atual rotulagem dificulta a compreensão dos pais sobre a (má) qualidade nutricional dos produtos.

Quer saber quais são os personagens que estão fazendo sucesso entre a criançada? Para isso não é preciso ligar a TV no horário da programação infantil ou num canal pago voltado para esse público, tampouco procurar pelos últimos filmes de animação no cinema. Basta ir ao supermercado mais próximo: os super- heróis e protagonistas dos desenhos animados do momento estão todos lá, estampando as embalagens de uma série de alimentos.
Não há dúvida de que tal recurso chama a atenção dos pequenos. O problema é que ele é usado indiscriminadamente em biscoitos, bolinhos, salgadinhos, pós para o preparo de sobremesas (como gelatinas) e macarrões instantâneos - produtos repletos de sódio (sal), gordura saturada e, em alguns casos, gorduras trans. Foi o que verificou recente pesquisa do Idec que avaliou a qualidade nutricional de alimentos industrializados com algum apelo ao público infantil na embalagem, como personagens e jogos. O levantamento foi feito com 44 produtos, de 27 marcas (veja quais são eles no quadro abaixo).
O consumo desses alimentos, aliado ao sedentarismo, está associado ao aumento do número de casos de sobrepeso e obesidade, cada vez mais frequentes na população brasileira, e que, por sua vez, estão ligados a enfermidades crônicas como hipertensão, diabetes, doenças coronarianas e hepáticas. E quem pensa que os pequenos estão livres desse quadro, que já é considerado epidêmico pelas autoridades de saúde, infelizmente, está enganado. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), cujos resultados foram divulgados em agosto deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que em 2009 uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado para a sua faixa etária pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apesar desse quadro preocupante, muitos pais não sabem que os alimentos que chamam a atenção de seus filhos são tão prejudiciais à saúde. Isso porque as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a rotulagem nutricional dos produtos não facilitam a compreensão da maioria dos consumidores, inclusive por adotar como referência a dieta de um adulto, mesmo em produtos cujo público-alvo, evidentemente, é a criança - como os pesquisados.
Assim, o levantamento do Idec aponta para a necessidade de os pais redobrarem os cuidados com o consumo desses produtos pelos pequenos e também de a Anvisa revisar a legislação de rotulagem para garantir informação clara sobre o valor nutritivo dos alimentos, levando em conta que a embalagem é o primeiro instrumento de marketing dos produtos, e como tal, deve sofrer restrições quando oferecer risco à saúde dos consumidores - principalmente das crianças. O pior de tudo é que mesmo a recente resolução da Anvisa (RDC no 24/2010), que tratava da publicidade de alimentos - e que foi suspensa pela Justiça no fim de setembro -, sequer mencionava a questão da rotulagem. "
Fonte: Revista eletrônica do IDEC - outubro de 2010, disponível na íntegra em: http://www.idec.org.br/rev_idec_texto_impressa.asp?pagina=1&ordem=1&id=1262

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Plástico nocivo contendo bisfenol A será tirado de produtos, diz indústria

"Na última semana, três grandes empresas alimentícias anunciaram esforços para banir o uso de bisfenol A (BPA) de suas embalagens.
A Nestlé se comprometeu a abolir o uso da substância nos próximos três anos. Outros conglomerados -Heinz e General Mills- estão investindo em alternativas.
O bisfenol A, componente químico usado na confecção de alguns tipos de plástico e no revestimento interno de latas de comida e bebida, é contestado por organizações de consumidores e parte da comunidade científica, devido a riscos ao organismo.
Pesquisas têm associado o contato com a substância a probabilidades maiores de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, puberdade precoce e queda da fertilidade em adultos.
No dia 28, foi publicado um estudo no periódico "Fertility and Sterility" que analisou 514 operários chineses por cinco anos. Aqueles com vestígios de BPA na urina apresentavam risco três vezes maior de produzir sêmen de pior qualidade.
PRECAUÇÃO
Canadá, Dinamarca, França e Costa Rica já vetaram o uso de bisfenol em mamadeiras e copos infantis.
No Brasil, a Anvisa estabelece o limite de 0,6 miligrama de BPA por quilo de embalagem alimentícia. Segundo a Vigilância Sanitária, "dentro desse parâmetro, a substância não oferece risco para a saúde da população".
Mas, para a tradutora Fabiana Dupont, 39, que criou um site para alertar sobre os riscos do bisfenol A, não há certeza sobre qual nível pode ser considerado seguro.
"A utilização de BPA em embalagens alimentares tem que ser banida até que os produtores provem que ele não faz mal à saúde", diz.
Segundo endocrinologistas, nenhum estudo em humanos foi conclusivo sobre o aspecto nocivo da substância, mas há indícios de que sua composição possa causar alterações hormonais.
A Nestlé do Brasil informou que pretende seguir as diretrizes da sede e que já iniciou estudos "que visam eliminar integralmente, em até três anos, o bisfenol das embalagens dos produtos".
Já a Coca-Cola informou que as quantidades da substância usadas em seus produtos não oferecem risco à saúde, "conforme é consenso entre agências reguladoras da área de alimentos".
RÓTULOS
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende a proibição do uso e, antes disso, a adoção de avisos nos rótulos de todos os produtos que contenham bisfenol A.
"Não há norma que obrigue a isso, mas temos essa posição com base no direito à informação previsto no Código do Consumidor", diz a advogada Juliana Ferreira.
No Senado, tramita projeto de lei para banir o uso do BPA em produtos infantis."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Caderno de Plantas Medicinais - Capital/SP: espécies selecionadas para implantação

Descrição das 8 espécies que começarão a ser implantadas nas Unidades de Saúde (descrição  das plantas de acordo com a RDC/ ANVISA nº 10, 09/03/10 - Notificação de drogas vegetais)
1. AÇAFRÃO (Curcuma longa)
Modo de crescimento: erva perene
Parte usada/colheita: raízes (rizomas)
Propriedades terapêuticas: dispepsia e anti-inflamatório
Modo de usar: decocção para uso interno - utilizar 3 colheres de café da raiz ralada (1,5 g.) em 150 ml (1 xíc. chá) de água, de 1 - 2 vezes por dia.
Contra indicações: não deve ser usado por pessoas portadoras de obstrução de ductos biliares e em caso de úlcera gastroduodenal. Em casos de cálculos biliares somente sob avaliação médica. Não deve ser usado com anticoagulantes.
2. BOLDO BRASILEIRO (Plectranthus barbatus, Andrews)
Modo de crescimento: erva perene
Parte usada: folhas
Propriedades terapêuticas: dispepsias e hipotensão
Modo de usar: Infusão (chá) - colocar 1 - 3 colheres de chá de folhas picada (1-3 g) em 1 xíc. de chá de água fervente (150 ml). Tomar de 2-3 vezes por dia.
Contra indicações:  Não deve ser utilizado em gestantes, lactantes, crianças, pessoas com hipertensão, hepatites e obstrução das vias biliares. Pessoas que fazem uso de medicamentos para o sistema nervoso central devem evitar o uso. Doses acima do recomendado e usadas por um período de tempo maior podem causar irritação gástrica. Não usar junto com metronidazol ou dissulfiram.
3. CAPIM-SANTO OU CAPIM- LIMÃO (Cymbopogon citratus, Strapf.)
Modo de crescimento: herbácea perene
Parte usada/colheita: folhas adultas colhidas nas primeiras horas do dia.
Propriedades terapêuticas: calmante suave, quadros leves de ansiedade, insônia e cólicas intestinais e uterinas.
Modo de usar: Infusão com 1-3 colheres de chá de folhas picadas ( dar preferência à planta fresca) em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar 2-3 vezes ao dia.
Contra indicações: pode provocar gastrite e azia em pessoas sensíveis. Uso não recomendado para hipotensos. Pode aumentar o efeito de medicamentos sedativos.
4. GENGIBRE (Zinziber officinale, L.)
Modo de crescimento: herbácea perene
Parte usada/colheita: rizomas quando as folhas amarelecerem e secarem.
Propriedades terapêuticas: enjôos, náusea, vômitos (na gravidez, de movimento e pós-operatório), dispepsias em geral.
Modo de usar: Chá por decoção - 1-2 colheres de café do rizoma picado em 1 xíc. de chá de água: deixar ferver por 10 min., desligar o fogo e deixar em repouso por mais 10-15 min, coar em seguida. Tomar de 2-4 vezes por dia. Pode ser mastigado puro e/ou adicionado à comida.
Contra indicações: Em casos de cálculos biliares, utilizar apenas com acompanhamento de profissional de saúde. Evitar o uso em pacientes que estejam usando anticoagulantes, com desordens de coagulação, ou com cálculos biliares; irritação gástrica e hipertensão, especialmente em doses altas. Evitar o uso em menores de 6 anos.
5. GUACO (Mikania glomerata, Spreng)Modo de crescimento: arbusto trepador.
Parte usada/colheita: folhas adultas colhidas antes da floração.
Propriedades terapêuticas: gripes e resfriados, bronquites alérgicas e infecciosas, e como expectorante.
Modo de usar: Chá por infusão - 1 colher de sopa de folhas cortadas em pequenos pedaços em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar  3 vezes ao dia.
Contra indicações: Evitar o uso prolongado pois podem ocorrer acidentes hemorrágicos pela presença da cumarina, que tem ação antagônica com a vit. K, e não deve ser usada por pessoas com problemas de coagulação ou doenças hepáticas crônicas . Recomenda-se o uso por no máximo 100 dias. Pode provocar aumento de fluxo menstrual em mulheres com menstruação abundante. Doses acima da recomendada podem provocar vômitos e diarréia. Pode interagir com antiinflamatórios não-esteroidais.
6. HORTELÃ PIMENTA (Mentha X piperita)
Modo de crescimento: herbácea perene.
Parte usada/colheita: folhas e sumidades floridas/ folhas adultas colhidas pela manhã e no início do florescimento.
Propriedades terapêuticas: cólicas, flatulência, problemas hepáticos.
Modo de usar: Chá por infusão - 3 colheres de chá  da erva em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar de 2-4 vezes por dia.
Contra indicações:  crianças em lactação e gestantes. Não deve ser utilizado em casos de obstruções biliares e danos hepáticos severos. Na presença de cálculos biliares consultar o médico antes de usar. Causa aumento do efeito estrogênico quando consumido junto a medicamentos com essa substância.
7. QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri, L.)
Modo de crescimento: erva ruderal.
Parte usada/colheita: folhas e sumidades floridas/ folhas adultas colhidas pela manhã e no início do florescimento.
Propriedades terapêuticas: cólicas, flatulência, problemas hepáticos.
Modo de usar: Chá por infusão - 3 colheres de chá da erva em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar de 2-4 vezes por dia.
Contra indicações: Não indicado na eliminação de cálculos grandes. Não utilizar na gravidez. Em concentrações acima da recomendada pode provocar diarréia e hipotensão. Nunca utilizar por mais de 3 semanas.
8. ERVA BALEEIRA (Cordia verbenacea)
Modo de crescimento: arbusto.
Parte usada/colheita: folhas.
Propriedades terapêuticas: anti-inflamatória, analgésica, contra nevralgias e dores musculares.
Modo de usar: Chá por infusão - 1 colher de sopa de folhas picadas  em 1 xíc. de chá de água . Tomar de 1-3 vezes por dia.
Contra indicações: sem referências bibliográficas.

Referência: Caderno de Plantas Medicinais - SMS/ Subprefeituras/SVMA, 2010.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oficina - Confraria de Mulheres

Fitoterápicos para uso em doenças do sistema digestório

1. Patologias da boca e orofaringe:
a) Espécies demulcentes: Folhas de malva (Malva sylvestris); Raízes de altéia (Altheia officinalis); Frutos de tanchagem (Plantago sp); Mucilagens isoladas (ágar): gargarejo várias vezes ao dia em extratos aquosos ou hidroalcoólicos.
Matricaria recutita - camomila
 b) Espécies antiinflamatórias: Matricaria recutita – camomila; Arnica montana – arnica; Zingiber officinale – gengibre; própolis solução hidroalcoólica; Sprays com mel.
Obs: a arnica é tóxica para uso interno e pode causar alergias quando usada em tinturas sem diluição.
Alcaçuz – uso em aftas e úlceras em boca. Cuidado com quantidade: glicirrizina é hipertensor.
c) Espécies adstringentes: Guaçatonga – Casearia sylvestris; Rosa branca – pétalas de Rosa sp; Barbatimão – cascas de S. adstringens; Cascas da romã – Punica granatum; Aroeira – cascas de Schinus terebenthifolius.


2. “Digestivos”:
a) Carminativos: ‘Ervas-doces’: funcho= Foeniculum vulgare; erva-doce = Pimpinella anisum - parte usada= frutos
Frutos da família Umbelliferae: condimentares, ricos em óleos essenciais de ação similar: funcho – Foeniculum vulgare e erva-doce (anis) – Pimpinela anisum; cominho – Cuminum ciminum; endro – Anethum graveolens; coentro – Coriandrum sativum; alcarávia (kummel) – Carum carvi : são carminativos, antiespasmódicos, digestivos, antimicrobianos.

b) Colerético/colagogos:
b.1) Cynara scolymus L.- Alcachofra (extrato das folhas) - muitos estudos comprovando o efeito colecinético e em dispepsias. Contra-indicado em colelitíases. Efeito importante no colesterol: semelhante a estatinas – bloqueio da HMG-Coa redutase.
b.2) Peumus boldo – boldo do Chile: importante efeito colecinético. Uso não indicado em crianças, grávidas e pacientes renais: presença de ascaridol e terpinen-4-ol . Uso não deve ser contínuo.

3. Hepatoprotetores:
Portaria SVS nº 90 e 91 de 1994 define o que é um produto hepatoprotetor.
- Frutos de Silybum marianum – cardo mariano:
Indicações comprovadas: doenças hepáticas induzidas por etanol; uso de drogas de abuso; emprego de medicamentos agressivos ao fígado (ex.: isoniazida e pirazinamida); pacientes submetidos a agentes tóxicos ambientais ou ocupacionais; doenças inflamatórias crônicas hepáticas; fibrose e cirrose hepática; antídoto para toxinas (ex. Amanita muscaria e A. phalloides.)

4. Antiácidos e antiúlceras:
Espécies com efeitos anti-úlcera: Alcaçuz -G. glabra- raízes; Aroeira - M. urundeuva - cascas do caule; Barbatimão - S. adstringens - cascas do caule; Gengibre- Zingiber officinale- rizomas; Guaçatonga - C. sylvestris –folhas; Copaíba - C. langsdorfii - óleo-resina.

Guaçatonga - Casearia sylvestris
  Espinheira-santa – Maytenus ilicifolia e M. aquifolium: efeito antiúlcera em vários modelos; efeito dose-dependente; promove aumento da secreção gástrica; promove aumento do pH gástrico (alcalinização); efeito por via oral como i.p. (ação sistêmica); Auxiliar como protetor gástrico em usuários crônicos de medicamentos agressivos à mucosa gástrica. Problema: adulteração com uso de outras espécies. Indicação de empresas e locais confiáveis.

Boldos brasileiros:
a) Coleus barbatus: redução da secreção ácida gástrica e proteção da mucosa; b) Vernonia condensata: efeitos anti-ulcerosos em modelos animais; também ações antiinflamatórias.

5- Anti-eméticos
Gengibre (Zingiber officinale) - modula a transmissão nervosa, do TGI ao SNC sinalizando o mal-estar que provoca o vômito; não apresenta efeitos colaterais ou riscos ao SNC. Estudos não mostram efeitos tóxicos na gestação.
6- Laxativos

Babosa - Aloe vera
 a) Fibras solúveis: Ágar-ágar; Psyllium – Plantago psyllium (frutos): similar à tanchagens nacionais; Goma guar: sementes de Cyamopsis tetragonolobus; Cascas de maracujá (pectinas); Sementes de linhaça – Linum usitatiss; Glucomanann – Amorphophalus konjac.
b) Laxantes antraquinônicos: Espécies principais: sene – folhas e frutos de Cassia alexandrina e outras espécies; cáscara sagrada – cascas de Rhamnus purshiana; ruibarbo – raízes de Rheum palmatum; babosa – folhas inteiras (‘resina’) de Aloe vera e outras espécies. Recomendações: indicar em constipação intestinal (máx. 4 sems.); não para emagrecimento; contra-indicar em infls. abdominais difusas (colites, Crohn, apendicite, etc); não usar em menores de 10 anos,  na gravidez, amamentação, hemorróidas; uso crônico leva à tolerância.
 
7- Antidiarrêicos
Espécies adstringentes, geralmente ricas em taninos - polifenóis que precipitam proteínas de mucosa; diminuem secreções; atuam sobre microorganismos; formam película de proteínas precipitadas; atuação em diarréias; e também em outras áreas ( exs.: cicatrização, queimaduras, hemorragias, etc).
Principal espécie antidarrêica: folhas jovens (brotos) de goiaba - Psidium guajava; Outros efeitos: relatos de leve efeito hipoglicemiante; não indicado para crianças, idosos e gestantes.
8- Antiespasmódicos: foco em espasmos da musculatura intestinal presentes em dispepsias e em outras situações. Hortelã - Mentha piperita L. – Labiatae: óleo de hortelã - Para tratamento sintomático da síndrome do intestino irritável. Complementares: outras desordens digestivas como flatulência e dispepsia não ulcerosa.

(Resumo a partir de aula do Prof. Dr.  Luis Marques, 2010) 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Farinhas de feijão branco, de berinjela e de banana verde: que benefícios podem trazer para a saúde ?

1. FARINHA DE FEIJÃO BRANCO: a farinha crua desse feijão contém uma substância chamada faseolamina que pode diminuir a absorção dos carboidratos ingeridos na dieta, e possuem fibras que aumentam a sensação de saciedade. Mas as pesquisas realizadas até hoje não mostraram que o consumo dessa farinha tenha um efeito tão positivo na perda de peso. Além disso, os feijões crus contêm toxinas e antinutrientes que impedem a absorção de vários minerais essenciais para nossa saúde como ferro, zinco, cálcio, magnésio, entre outros. O uso em grandes quantidades pode provocar diarréia e gases.

2. FARINHA DE BERINJELA: como outros alimentos vegetais é uma boa fonte de fibras. Essas fibras aumentam a sensação de saciedade e por isso podem auxiliar no emagrecimento. Atua na diminuição do LDL colesterol, triglicérides e ácido úrico; melhora constipação intestinal como outras fibras desde que se consuma pelo menos 1 ½ litros de água por dia .

3. FARINHA DE BANANA VERDE: contém uma boa quantidade de amido resistente assim como feijão, ervilha, lentilha, milho e cevada. Esse amido não é absorvido e por isso promove o crescimento de bactérias benéficas que protegem o intestino contra doenças, além de ajudar a controlar os níveis de açúcar no corpo. Como outros tipos de fibras, aumentam a sensação de saciedade e regulam a função intestinal.

A farinha de banana verde pode ser usada em receitas em substituição a farinha: que é uma boa maneira de diminuir a quantidade de farinha branca na alimentação diária e aumentar a quantidade de fibras.

Como sempre não existem fórmulas mágicas!!!! Essas farinhas só poderão trazer algum benefício se estiverem inseridas em uma alimentação saudável e a prática de atividade física.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CGPAN lança programa de cálculo de sódio nos alimentos

   A CGPAN- Coordenação-Geral de Políticas de Alimentação e Nutrição/MS criou um novo programa  para ajudar o consumidor  a calcular a quantidade de sódio presente nos alimentos e ingerida ao longo de todo o dia.
   O recurso permite calcular a quantidade de sal  que está sendo consuminda a partir de informações como a gramatura da porção e a quantidade de sódio da porção: podem ser incluídos mais de um alimento e quantas porções foram consumidas.
    Este cálculo e informações a respeito das diretrizes de consumo de sal estão em: http://nutricao.saude.gov.br/sodio.php 

OPINIÃO DA FEBRAPLAME SOBRE OS COMENTÁRIOS DO SR. DRAUZIO VARELLA NA IMPRENSA

Transcrevo abaixo o posicionamento da FEBRAPLAME - Federação  das  Associações  de  Pesquisa  com  Plantas  Medicinais sobre o assunto:
"A Febraplame – Federação das Associações de Pesquisa com Plantas Medicinais, composta pelas entidades Associação Brasileira de Fitoterapia; Associação Brasileira de Fitomedicina; Sociedade Botânica do Brasil; Sociedade Brasileira de Etnobotânica e Etnobiologia; Sociedade Brasileira de Farmacognosia; Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental; Sociedade Brasileira de Horticultura; Sociedade Brasileira de Química; Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e Sociedade Catarinense de Plantas Medicinais (representando cerca de 5000 pesquisadores das várias áreas da ciência), reunida em João Pessoa durante o XXI Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, evento que expressa 40 anos de pesquisa na área de plantas medicinais e que contou com cerca de 1700 participantes com 1400 trabalhos científicos apresentados, vem a público manifestar-se sobre o conteúdo de reportagens da Revista Época e programa Fantástico sobre o tema plantas medicinais e fitoterápicos, realizadas recentemente pelo Dr. Drauzio Varella:
1. O Dr. Drauzio Varella afirma, inicialmente, que o Ministério da Saúde propõe uma ‘medicina para pobres baseada em plantas que não tem atividade demonstrada cientificamente’. Desde sempre as entidades da área tem buscado evitar tal dilema, isto é, produtos para classes distintas, contribuindo de modos diversos para que todos os produtos tenham eficácia e segurança garantidas e possam ser usados por pacientes de todas as classes sociais. Portanto tal afirmação não corresponde à realidade e ao esforço e entendimento dos pesquisadores e entidades da área.
2. A afirmação de que a fitoterapia não tem atividade demonstrada cientificamente igualmente não tem fundamento e evidencia outro aspecto: a existência de modos diferentes de entender-se ‘demonstração científica’ (“Têm de ser submetidos ao mesmo escrutínio ao qual os remédios comuns são submetidos.”). Os entendimentos técnicos e legais da área definem que para uma substância totalmente nova na terapêutica, sejam fármacos sintéticos ou espécies vegetais, exigem-se todos os testes possíveis pré-clínicos e clínicos, visão expressa pelo Dr. Drauzio. No entanto, para espécies vegetais ampla e tradicionalmente usadas, ocorre flexibilização de requisitos, de modo a considerar-se o tempo documentado de uso como de valor em termos de expressão de segurança e eficácia (mínimo de 20 anos de uso no Brasil, e 30 anos ou mais é a regra considerada na Comunidade Européia).
3. Tal requisito, de fato distinto do modo clássico aplicado a fármacos sintéticos, tem base teórica expressa nos documentos da OMS desde os anos de 1980 (ex.: OMS. Pautas para la evaluacion de medicamentos herbarios. Ginebra, 1991), foi discutido e amadurecido por décadas no Brasil, foi incorporado progressivamente em normas legais brasileiras (exs.: RDC Anvisa 17 de 2004; RDC Anvisa 48 de 2004; RDC Anvisa 14 de 2010) e tem total sintonia com os padrões regulatórios internacionais, como ocorre na Alemanha, Itália, França, dentre inúmeros outros países. Portanto, a posição do Dr. Drauzio trata-se de uma visão parcial, ortodoxa, completamente desinformada frente ao que foi construído e estabelecido no Brasil em termos técnicos e legais.
4. As afirmações do Dr. Drauzio de que temos apenas testes in vitro é certamente uma falácia, demonstrando má intenção clara, cuja origem não se sabe mas pode ter viés político-eleitoral ou mesmo comercial, frente a algum possível segmento que se sinta incomodado em relação às perspectivas abertas com a oficialização da fitoterapia no SUS. Na verdade, os estudos nacionais têm progredido em todas as áreas, desde os iniciais passando por modelos animais, estudos químicos, de controle de qualidade, toxicológicos bem como clínicos. Nesta área clínica certamente há carências, decorrentes do desinteresse secular da ciência médica atual, bem como das dificuldades em patenteamento de fitoterápicos, o que desestimula o financiamento privado. Mas certamente temos diversos estudos clínicos com plantas brasileiras e espera-se que tais estudos proliferem progressivamente com o avanço da fitoterapia em vários níveis.
5. O Dr. Drauzio Varella demonstra claramente seu total desconhecimento sobre os aspectos regulatórios de medicamentos fitoterápicos no Brasil, ao afirmar que: “Eles são registrados na ANVISA como complemento alimentar”. Essa afirmação, além da ignorância no tema, confunde o entendimento de todo o trabalho que tem sido realizado, desde 1995, para a regulamentação dos medicamentos fitoterápicos no país. Desde então essa regulamentação vem sendo aperfeiçoada e atualmente é uma das melhores do mundo, superando inclusive a legislação dos EUA, país onde realmente os fitoterápicos são considerados suplementos alimentares, com venda livre em supermercados e não regulados pelo FDA.
Outras críticas pontuais têm sido feitas, tanto em relação a algumas Farmácias Vivas visitadas, bem como a indicações por profissionais não qualificados para tal, chegando-se também a sugerir que as indicações de alguns fitoterápicos não foram bem estabelecidas. Nesse grupo é possível alguma concordância, pois recentemente emitimos crítica à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde sobre a falta de abertura para seleção dos oito fitoterápicos recentemente introduzidos no SUS e mesmo das 71 espécies da RENISUS. E de fato problemas têm ocorrido, os quais podem e devem ser corrigidos e aperfeiçoados visando a adequada implantação da fitoterapia no SUS. No entanto, nada disso permite ou justifica a implosão de todo um conjunto de possibilidades terapêuticas, econômicas e de aproveitamento da biodiversidade brasileira, como se depreende dos questionamentos desinformados do Dr. Drauzio.
Assim as críticas construtivas sempre devem ser feitas, de modo a que a sociedade civil mantenha seu papel fiscalizador das atitudes governamentais e também de contribuição, refletindo a visão dos seus membros e aperfeiçoando as políticas setoriais.
Portanto a Febraplame REPUDIA e CONTESTA a forma equivocada e tendenciosa como este tema vem sendo divulgado pelo Dr. Drauzio Varella, Revista Época e programa Fantástico, os quais denigrem o esforço de décadas para que se consiga estabelecer uma adequada política de fitoterápicos no Brasil e em nada contribuem à sua melhoria.
FEBRAPLAME
São Paulo, 6 de outubro de 2010"

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Soja: como usar na nossa alimentação ?

    Para podermos entender a soja como alimento e como fitoterápico (na forma de isoflavonas) devemos primeiro conhecer um pouco da história do seu uso e como ela é plantada e utilizada nos dias atuais. A soja começou a ser consumida como alimento por volta de 1100 a.C. pelos chineses na forma fermentada, e depois essa técnica foi se expandindo para outros países asiáticos como Japão, Indonésia, entre outros. Antes disso ela era usada como alimento para animais e fertilizante para o solo.
   Por que fermentar a soja ? Para diminuir seus antinutrientes: um deles,  o ácido fítico  reduz a absorção de cálcio, ferro, magnésio e zinco. Outras leguminosas como feijão também contém ácido fítico que pode ser parcialmente neutralizado apenas com a fermentação: lembram que nossas avós deixavam o feijão de molho durante a noite ? Pois esse processo é uma forma "modesta" de fermentação .
  Ela contém ainda outras substâncias como os inibidores de protease que interferem na digestão de proteínas que podem ser reduzidas pelo cozimento, fermentação e também pela germinação.


Que soja é essa que comemos hoje ?
     A produção de soja do Brasil em 2009/10 foi estimada em um recorde de 68 milhões de toneladas e é o maior produto agrícola no país. Ela foi introduzida aqui  por volta de 1882, mas foi a partir de 1960 que começou sua plantação mais extensiva.
     Mas a soja que é plantada e colhida hoje não se parece em nada com aquelas antigas (aquelas pois não existe apenas uma espécie, mas várias) pois é praticamente toda ela transgênica e com resíduos excessivos de agrotóxicos. Em razão do estímulo para uma produção em larga escala  sua monocultura avançou sobre os pequenos agricultores, sobre a floresta amazônica e  o cerrado brasileiro, com isso degradando o meio ambiente e consequentemente nossa saúde.


Leite e carne de soja ??????
    Temos à disposição nas prateleiras dos supermercados e farmácias, entre outros,  uma enorme variedade de produtos alimentícios e medicamentos fitoterápicos com soja na sua composição, e cada vez mais vemos esses produtos se multiplicando na mesma proporção do aumento da produção desse grão nas fazendas.
     Isso é realmente bom para nossa saúde ? A quem interessa que aumentemos nosso consumo desse alimento ?
     O fato de que a soja contém antinutrientes  e estar contaminada por agrotóxicos não a condena a ser um alimento ruim para a saúde  pois  podemos usar as cultivadas organicamente para substituir a  transgênica e utilizar técnicas de fermentação, germinação e cozimento para diminuir seus antinutrientes. Mas com certeza  não é um boa como  substituta da carne nem do leite: como todas as  leguminosas ela não contém todos os aminoácidos essenciais para a saúde (falta a metionina), não contém quantidades suficientes de cálcio para ser substituto do leite, nem de ferro para ser substituto de carne.
   A questão mais importante a ser esclarecida é que a  proteína texturizada de soja (PTS)  começou a ser usada para consumo humano (inclusive no oriente) somente a partir da produção de óleo de soja, onde o que resta da extração desse óleo passou a ser usado como imitação de salsichas, leite e queijos.
   Hoje temos vários produtos  que são oferecidos como substitutos de leite e seus derivados, carnes, entre muitos  outros. Na tentativa de equiparar nutricionalmente esses produtos  ao alimento tradicional é necessário complementá-los com cálcio, metionina, ferro, zinco, além de aromatizantes, corantes e outros aditivos para que eles se pareçam com o alimento que tentam imitar.
    Essa invasão de produtos industrializados está vinculada a  propagandas maciças  ao longo de muitos anos com a idéia de serem naturais e benéficos para a saúde pois podem prevenir e curar uma série de doenças, ou seja, uma verdadeira panacéia.
    
Controvérsias sobre os benefícios para a saúde
   Embora algumas pesquisas tenham demonstrado que a soja ou a isoflavona podem melhorar sintomas da menopausa  e, consequentemente, com a regulação hormonal  haveria efeitos benéficos sobre a osteoporose, além de  prevenir vários tipos de câncer, existem outros estudos em que  os resultados foram inconclusivos ou ainda que  mostraram que a quantidade de fitohormônios presentes no grão pode causar câncer de mama, disfunção da tiróide, piorar a osteoporose, além de distúrbios hormonais em crianças e adolescentes.  Países como Israel, França, Suiça, Austrália e Nova Zelândia recomendam que não sejam utilizados "leites de soja" e seus produtos para crianças . No Reino Unido essa recomendação foi feita em 2004 por meio da CMO’s Update.


Então, como usar a soja ?
  A resposta para essa pergunta é o equilíbrio na alimentação.


      Não existe nenhum alimento completo e  todos eles podem ser potencialmente prejudiciais se usados em quantidades  maiores do que o organismo consegue metabolizar.
      Além disso o consumo de  alimentos industrializados deve ser reduzido em uma alimentação equilibrada: para isso o melhor é usar  alimentos in natura ou pouco processados.
      A soja é uma leguminosa como o feijão, a ervilha, lentilha e grão de bico e pode ser utilizada na composição de uma alimentação saudável. Mas como ela contém mais fatores antinutricionais do que as outras leguminosas, o ideal é usá-la fermentada ou germinada.
      A soja como alimento não é um vilão nem um mocinho cheio de super poderes: somente temos de saber o que comprar, como preparar e como consumí-lo para que possamos usufruir de seus benefícios.


      Para saber mais sobre alimentação equilibrada  consultar : http://nutricao.saude.gov.br/nutricao/ no link Como ter uma alimentação saudável ?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vídeo contra McDonald's que mostra morto segurando sanduíche causa polêmica nos EUA

    Um vídeo de 30 segundos que faz parte de uma campanha contra a rede de fast food McDonald's está causando uma grande polêmica em Washington DC, nos Estados Unidos.

O comercial --produzido por um grupo independente de médicos americanos-- tenta tirar o apetite dos telespectadores ao mostrar um homem de meia idade e acima do peso deitado sobre uma maca em um necrotério. Em uma das mãos, ele segura um sanduíche pela metade.
A música de fundo, tensa, dá lugar a uma mulher chorando sobre o corpo. O famoso "M" amarelo aparece sobre os pés do cadáver, seguido pelo slogan "Eu estava amando muito tudo isso" ["I was lovin' it", no original], em um trocadilho com a versão "Amo muito tudo isso" [I'm lovin' it] da rede de fast food McDonald's. O comercial termina com o narrador dizendo: "Colesterol alto, pressão alta, ataques cardíacos. Hoje à noite, seja vegetariano".
O vídeo foi produzido pelo grupo Physicians Committee for Responsible Medicine [PCRM, Comitê de Médicos por uma Medicina Responsável, em tradução livre]. Deve ir ao ar em Washington DC durante o intervalo do popular "The Daily Show" nesta quinta-feira, e no intervalo de outros shows da programação local.
A propaganda tem como alvo "o menu de elevadas calorias do McDonald's, com o objetivo de chamar a atenção dos moradores de Washington para os altos índices de mortes ligadas a doenças cardíacas na cidade e a alta densidade de restaurantes de fast food", defende a PCRM em comunicado. Estudos mostram que pessoas que consomem fast food apresentam um risco maior de obesidade, fator que contribui para as doenças cardíacas, afirma.
Como era de se esperar, a iniciativa não foi bem recebida pelo McDonald's. Em comunicado publicado em seu site, a rede respondeu ao comercial que "culpa o McDonald's pelas doenças cardíacas".
"Esse comercial é ultrajante, enganoso e injusto com todos os consumidores. O McDonald's confia que seus consumidores vão colocar essa propaganda bizarra em perspectiva, e fazer escolhas de alimentação e estilo de vida que são corretos para eles."

VÍCIO EM BIG MACS
Segundo a PCRM, uma pesquisa mostrou que Washington tem mais lanchonetes do McDonald's, Burger King e KFC por quilômetro quadrado que outras oito cidades com população de tamanho semelhante.
"O vício de nossa cidade em Big Macs e outras comidas rápidas de elevadas calorias está literalmente quebrando nossos corações", afirmou Susan Levin, diretora da PCRM.
A entidade planeja divulgar o comercial também em outras cidades americanas "viciadas em fast food" e com elevado índice de doenças cardíacas, como Chicago, Detroit, Houston e Los Angeles.
Maior rede mundial de restaurantes, o McDonald's tem visto seus lucros crescerem nos últimos meses apesar da crise econômica global, e lançou uma série de alternativas a seus tradicionais sanduíche.

Veja o vídeo em:    http://www.pcrm.org/   ou http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/799234-medicos-americanos-satirizam-mcdonalds-com-video-polemico-veja.shtml

Vejam e tirem suas próprias conclusões !!!!

Fonte: Folha on-line, 15 de setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Como está sua alimentação ?

    No site da Coordenação Geral de Políticas em Alimentação e Nutrição - MS há uma página com teste para a população verificar como está sua alimentação.
O questionário está copiado abaixo como ilustração mas é necessário entrar na página http://nutricao.saude.gov.br/nutricao/teste_alimentacao.php para poder acessá-lo na íntegra com as respostas e o resultado.
   Pode ser um excelente instrumento para início de grupos educativos ou terapêuticos com o tema de alimentação e nutrição para adultos.

Resumo do teste:
1) Qual é, em média, a quantidade de frutas (unidade/fatia/pedaço/copo de suco natural) que você come por dia?
2) Qual é, em média, a quantidade legumes e verduras que você come por dia?
3) Qual é, em média, a quantidade que você come dos seguintes alimentos: feijão de qualquer tipo ou cor, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja, fava, sementes ou castanhas?
4) Qual a quantidade, em média, que você consome por dia dos alimentos listados abaixo?  Arroz, milho e outros cereais (inclusive os matinais); mandioca/macaxeira/aipim, cará ou inhame; macarrão e outras massas; batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa ou mandioquinha,  Pães, Bolos sem cobertura e/ou recheio,  Biscoito ou bolacha sem recheio.
5) Qual é, em média, a quantidade de carnes (gado, porco, aves, peixes e outras) ou ovos que você come por dia?

6) Você costuma tirar a gordura aparente das carnes, a pele frango ou outro tipo de ave?
7) Você costuma comer peixes com qual freqüência?
8) Qual é, em média, a quantidade de leite e seus derivados (iogurtes,bebidas lácteas, coalhada, requeijão, queijos e outros) que você come por dia?
9) Que tipo de leite e seus derivados você habitualmente consome?
10) Pense nos seguintes alimentos: frituras, salgadinhos fritos ou em pacotes, carnes salgadas, hambúrgueres, presuntos e embutidos (salsicha, mortadela, salame, lingüiça e outros). Você costuma comer qualquer um deles com que freqüência?
11) Pense nos seguintes alimentos: doces de qualquer tipo, bolos recheados com cobertura, e biscoitos doces, refrigerantes e sucos industrializados. Você costuma comer qualquer um deles com que freqüência?
12) Qual tipo de gordura é mais usada na sua casa para cozinhar os alimentos?
13) Você costuma colocar mais sal nos alimentos quando já servidos em seu prato?
14) Pense na sua rotina semanal: quais as refeições você costuma fazer habitualmente no dia?
15) Quantos copos de água você bebe por dia? Inclua no seu cálculo sucos de frutas naturais ou chás (exceto café, chá preto e chá mate).
16) Você costuma consumir bebidas alcoólicas (uísque, cachaça, vinho, cerveja, conhaque, etc) com qual freqüência?
17) Você faz atividade física REGULAR, isto é, pelo menos, 30 minutos por dia, todos os dias da semana, durante o seu tempo livre?
18) Você costuma ler a informação nutricional que está presente no rótulo de alimentos industrializados antes de comprá-los?




Refrescos em pó e refrigerantes

REFRESCO EM PÓ É UM TIPO DE SUCO?

Os refrescos em pó chamados de “suco” na verdade são uma mistura de açúcar e/ou adoçantes, corantes e conservantes. Somente algumas marcas têm um pouco de suco desidratado adicionado ao restante do outros ingredientes.
Além de engordarem quando tomados diariamente, podem causar alergias e até hiperatividade em crianças.
O corante tartazina, de cor amarela, a eritrozina e o dióxido de titânio podem desencadear alergias como rinites e asma; já o corante amarelo crepúsculo pode provocar hiperatividade em crianças sensíveis a esse aditivo.
Outros produtos como gelatinas coloridas, balas, salgadinhos, chicletes e vários outros alimentos com esses corantes também podem afetar as pessoas.
Eles podem ser consumidos eventualmente se não houver problemas de saúde, mas devemos dar sempre preferência aos alimentos não industrializados, incluindo pelo menos 3 porções de frutas por dia na nossa alimentação diária ( quantidade para adultos).

E OS REFRIGERANTES?

O hábito freqüente de tomar bebidas com açúcar como refrigerantes e refrescos tem contribuído para o aumento de obesidade em crianças e adultos.
Mas o problema dos refrigerantes não é só o açúcar: eles também contêm os mesmos corantes que os refrescos e mais algumas substâncias prejudiciais.


- Ácido fosfórico: prejudica o crescimento em crianças e pode causar osteoporose em adultos pois interfere na absorção de Cálcio no corpo.
- Benzeno: substância cancerígena - foi encontrada em algumas marcas de refrigerantes.
- Sódio (sal): as versões diet, light e zero de muitas marcas de refrigerante contêm uma quantidade grande de sal que pode prejudicar pessoas com pressão alta e crianças.
- Gás: provoca uma distensão no estômago dificultando a digestão. Isso pode causar dores e piorar gastrites e úlceras.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A RAÇÃO HUMANA É BOA PARA SUA SAÚDE ?

   A Ração Humana é um produto alimentício que transmite a idéia de que contém todos os nutrientes essenciais para a saúde das pessoas, como se fosse uma ração para animais. Na verdade, ela contém uma mistura de vários ingredientes triturados e pode ser utilizada como suplemento alimentar, ou seja, para enriquecer as refeições como café da manhã ou lanches. 
  Quais são os ingredientes que compõem a ração humana ?
  A receita original contém 16 componentes como: quinua , agar agar, (uma gelatina proveniente das algas marinhas), açúcar mascavo, aveia em flocos, cacau em pó, farelo de aveia, farinha de arroz integral, fibra de trigo, fubá de milho branco, farinha de soja, gergelim, cálcio, gérmen de trigo, guaraná em pó, levedo de cerveja e  semente de linhaça.
Mas essa receita está sendo modificada pelos vários pontos de venda, que misturam os ingredientes conforme a disponibilidade no local. Como os ingredientes estão triturados é bem difícil garantir a qualidade dos ingredientes antes e depois do preparo e no armazenamento. Portanto, tome cuidado com a procedência e a qualidade se for utilizar essa mistura na sua alimentação !!!

INGREDIENTES QUE COMPÕEM A RAÇÃO HUMANA

   Os ingredientes que estão na maioria das preparações de ração humana vendidas atualmente são muito benéficas para a saúde e são indicadas para as pessoas em diversas situações mas principalmente no caso de colesterol alto e constipação intestinal (intestino preso), pois são fontes de fibras. Eles também são fontes de vitaminas, sais minerais e ômega 3 .


Então qual o problema de utilizar a ração humana ?

     Em primeiro lugar a ração humana não contém todos os nutrientes que o corpo necessita para se manter saudável e por isso não pode ser usado como uma refeição completa, principalmente almoço e  jantar.
    As pessoas estão usando essa mistura para fórmula de emagrecimento, substituindo as refeições.
Não existem fórmulas mágicas !!!!! Esse tipo de prática vai provocar novamente o efeito sanfona tão conhecido pelas pessoas que fazem “regimes de emagrecimento”.

   Para um emagrecimento duradouro é preciso fazer uma alimentação equilibrada e atividade física. Se está precisando de maiores orientações marque consulta com um  nutricionista .

    Outra contra-indicação da ração humana é que alguns ingredientes não podem ser utilizados por algumas pessoas: é o caso do açúcar mascavo por pessoas diabéticas, por exemplo.
     Temos de verificar também qual a procedência dos ingredientes utilizados e a forma de uso: é muito mais saudável para o corpo usar a maioria dos ingredientes sem serem triturados. O caso da linhaça é especial pois pode ser utilizada de duas formas: íntegro e triturado.

    Outro cuidado que devemos ter é o de tomar bastante líquido com o uso de vários farelos e alimentos integrais: as fibras desses alimentos precisam de água para poderem agir.

COMO AGEM OS DIVERSOS INGREDIENTES NO NOSSO CORPO



 
 
Como usar esses alimentos na alimentação ?


   Estes alimentos podem ser incorporados nas refeições do dia a dia em diversas preparações e nas diversas refeições.

      Mas lembre-se que eles complementam a alimentação equilibrada que contém os vários alimentos de vários grupos, e por si só não curam nem tratam as doenças, nem fazem emagrecer milagrosamente.
      Então utilizem-nos de maneira a complementar sua alimentação saudável de forma adequada a suas necessidades.
      E bom apetite !!!