Pages

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Oficina de Plantas Medicinais - UBS Jd. Vera Cruz

     Após meses de planejamento e levantamento de recursos para a oficina de plantas medicinais pudemos começar os encontros em 18/11/2010 na Unidade Básica de Saúde.
O objetivo dessa oficina é  a disseminação participativa de conhecimentos e vivências com relação a plantas medicinais. Quando conseguirmos montar nossa cozinha iniciaremos também uma oficina de culinária utilizando as plantas e temperos que temos na nossa horta. Bem, mas essa é ainda uma outra etapa para construirmos mais adiante.
     Tivemos no primeiro dia a participação de pessoas com muitos conhecimentos e com muita vontade de trocar informações. Para que pudéssemos nos conhecer melhor fizemos um aquecimento usando uma tradição européia realizada no início da primavera em que as pessoas penduram suas roupas nas árvores como o intuito de que suas doenças possam ser curadas por elas. Alguns de nós ficamos preocupados com as árvores mas foram escolhidas aquelas que tem já estão bastante firmes e grandes.
      Usamos tiras de tecidos doados por uma colega da unidade, colocamos nossos nomes e amarramos em três tipos de árvores: abacateiro (representando a estrutura e o masculino); amoreira (representando o feminino) e a pata de vaca (representando as emoções), e cada um escolheu quantas tiras queria amarrar nas árvores.  Ainda precisamos decidir quando retiraremos nossas tiras (ou não).


Embaixo da pata de vaca  com as tiras amarradas


   Para finalizar esse encontro fizemos uma roda e cada um pode dizer o que gostaria de construir dentro desse grupo que está iniciando agora, o que cada um tem como objetivo, lemos  um trecho da carta do chefe Seatle que reproduzo abaixo e agradecemos a Mãe Terra e a Deus por todas as bençãos recebidas:

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo  sopro.  O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo."




 
    Pretendemos começar a trocar informações  sobre o que cada um dos participantes conhece e usa das plantas medicinais e os conhecimentos científicos    sobre esse tema no dia 25/11/10. Essa oficina está aberta aos moradores da região de Perdizes, Barra Funda e Lapa que poderão participar comparecendo na Unidade de Saúde (R. Saramenha nº 60) às quintas feiras às 11 hs.

   Agradeço de coração aos amigos Dalila, Idalina, Gennaro, Silvana, Vera e a todos mais que vierem. Agradeço também ao Aruan pelas fotos e ao José que tem sido um super parceiro para que essa oficina pudesse acontecer.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Alimentos" destinados às crianças: Vilões em pele de heróis

"Pesquisa do Idec verifica que enquanto os personagens infantis estampados nas embalagens de alimentos ricos em gorduras e sódio cumprem bem o papel de atrair as crianças, a atual rotulagem dificulta a compreensão dos pais sobre a (má) qualidade nutricional dos produtos.

Quer saber quais são os personagens que estão fazendo sucesso entre a criançada? Para isso não é preciso ligar a TV no horário da programação infantil ou num canal pago voltado para esse público, tampouco procurar pelos últimos filmes de animação no cinema. Basta ir ao supermercado mais próximo: os super- heróis e protagonistas dos desenhos animados do momento estão todos lá, estampando as embalagens de uma série de alimentos.
Não há dúvida de que tal recurso chama a atenção dos pequenos. O problema é que ele é usado indiscriminadamente em biscoitos, bolinhos, salgadinhos, pós para o preparo de sobremesas (como gelatinas) e macarrões instantâneos - produtos repletos de sódio (sal), gordura saturada e, em alguns casos, gorduras trans. Foi o que verificou recente pesquisa do Idec que avaliou a qualidade nutricional de alimentos industrializados com algum apelo ao público infantil na embalagem, como personagens e jogos. O levantamento foi feito com 44 produtos, de 27 marcas (veja quais são eles no quadro abaixo).
O consumo desses alimentos, aliado ao sedentarismo, está associado ao aumento do número de casos de sobrepeso e obesidade, cada vez mais frequentes na população brasileira, e que, por sua vez, estão ligados a enfermidades crônicas como hipertensão, diabetes, doenças coronarianas e hepáticas. E quem pensa que os pequenos estão livres desse quadro, que já é considerado epidêmico pelas autoridades de saúde, infelizmente, está enganado. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), cujos resultados foram divulgados em agosto deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que em 2009 uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado para a sua faixa etária pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apesar desse quadro preocupante, muitos pais não sabem que os alimentos que chamam a atenção de seus filhos são tão prejudiciais à saúde. Isso porque as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a rotulagem nutricional dos produtos não facilitam a compreensão da maioria dos consumidores, inclusive por adotar como referência a dieta de um adulto, mesmo em produtos cujo público-alvo, evidentemente, é a criança - como os pesquisados.
Assim, o levantamento do Idec aponta para a necessidade de os pais redobrarem os cuidados com o consumo desses produtos pelos pequenos e também de a Anvisa revisar a legislação de rotulagem para garantir informação clara sobre o valor nutritivo dos alimentos, levando em conta que a embalagem é o primeiro instrumento de marketing dos produtos, e como tal, deve sofrer restrições quando oferecer risco à saúde dos consumidores - principalmente das crianças. O pior de tudo é que mesmo a recente resolução da Anvisa (RDC no 24/2010), que tratava da publicidade de alimentos - e que foi suspensa pela Justiça no fim de setembro -, sequer mencionava a questão da rotulagem. "
Fonte: Revista eletrônica do IDEC - outubro de 2010, disponível na íntegra em: http://www.idec.org.br/rev_idec_texto_impressa.asp?pagina=1&ordem=1&id=1262

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Plástico nocivo contendo bisfenol A será tirado de produtos, diz indústria

"Na última semana, três grandes empresas alimentícias anunciaram esforços para banir o uso de bisfenol A (BPA) de suas embalagens.
A Nestlé se comprometeu a abolir o uso da substância nos próximos três anos. Outros conglomerados -Heinz e General Mills- estão investindo em alternativas.
O bisfenol A, componente químico usado na confecção de alguns tipos de plástico e no revestimento interno de latas de comida e bebida, é contestado por organizações de consumidores e parte da comunidade científica, devido a riscos ao organismo.
Pesquisas têm associado o contato com a substância a probabilidades maiores de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, puberdade precoce e queda da fertilidade em adultos.
No dia 28, foi publicado um estudo no periódico "Fertility and Sterility" que analisou 514 operários chineses por cinco anos. Aqueles com vestígios de BPA na urina apresentavam risco três vezes maior de produzir sêmen de pior qualidade.
PRECAUÇÃO
Canadá, Dinamarca, França e Costa Rica já vetaram o uso de bisfenol em mamadeiras e copos infantis.
No Brasil, a Anvisa estabelece o limite de 0,6 miligrama de BPA por quilo de embalagem alimentícia. Segundo a Vigilância Sanitária, "dentro desse parâmetro, a substância não oferece risco para a saúde da população".
Mas, para a tradutora Fabiana Dupont, 39, que criou um site para alertar sobre os riscos do bisfenol A, não há certeza sobre qual nível pode ser considerado seguro.
"A utilização de BPA em embalagens alimentares tem que ser banida até que os produtores provem que ele não faz mal à saúde", diz.
Segundo endocrinologistas, nenhum estudo em humanos foi conclusivo sobre o aspecto nocivo da substância, mas há indícios de que sua composição possa causar alterações hormonais.
A Nestlé do Brasil informou que pretende seguir as diretrizes da sede e que já iniciou estudos "que visam eliminar integralmente, em até três anos, o bisfenol das embalagens dos produtos".
Já a Coca-Cola informou que as quantidades da substância usadas em seus produtos não oferecem risco à saúde, "conforme é consenso entre agências reguladoras da área de alimentos".
RÓTULOS
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende a proibição do uso e, antes disso, a adoção de avisos nos rótulos de todos os produtos que contenham bisfenol A.
"Não há norma que obrigue a isso, mas temos essa posição com base no direito à informação previsto no Código do Consumidor", diz a advogada Juliana Ferreira.
No Senado, tramita projeto de lei para banir o uso do BPA em produtos infantis."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Caderno de Plantas Medicinais - Capital/SP: espécies selecionadas para implantação

Descrição das 8 espécies que começarão a ser implantadas nas Unidades de Saúde (descrição  das plantas de acordo com a RDC/ ANVISA nº 10, 09/03/10 - Notificação de drogas vegetais)
1. AÇAFRÃO (Curcuma longa)
Modo de crescimento: erva perene
Parte usada/colheita: raízes (rizomas)
Propriedades terapêuticas: dispepsia e anti-inflamatório
Modo de usar: decocção para uso interno - utilizar 3 colheres de café da raiz ralada (1,5 g.) em 150 ml (1 xíc. chá) de água, de 1 - 2 vezes por dia.
Contra indicações: não deve ser usado por pessoas portadoras de obstrução de ductos biliares e em caso de úlcera gastroduodenal. Em casos de cálculos biliares somente sob avaliação médica. Não deve ser usado com anticoagulantes.
2. BOLDO BRASILEIRO (Plectranthus barbatus, Andrews)
Modo de crescimento: erva perene
Parte usada: folhas
Propriedades terapêuticas: dispepsias e hipotensão
Modo de usar: Infusão (chá) - colocar 1 - 3 colheres de chá de folhas picada (1-3 g) em 1 xíc. de chá de água fervente (150 ml). Tomar de 2-3 vezes por dia.
Contra indicações:  Não deve ser utilizado em gestantes, lactantes, crianças, pessoas com hipertensão, hepatites e obstrução das vias biliares. Pessoas que fazem uso de medicamentos para o sistema nervoso central devem evitar o uso. Doses acima do recomendado e usadas por um período de tempo maior podem causar irritação gástrica. Não usar junto com metronidazol ou dissulfiram.
3. CAPIM-SANTO OU CAPIM- LIMÃO (Cymbopogon citratus, Strapf.)
Modo de crescimento: herbácea perene
Parte usada/colheita: folhas adultas colhidas nas primeiras horas do dia.
Propriedades terapêuticas: calmante suave, quadros leves de ansiedade, insônia e cólicas intestinais e uterinas.
Modo de usar: Infusão com 1-3 colheres de chá de folhas picadas ( dar preferência à planta fresca) em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar 2-3 vezes ao dia.
Contra indicações: pode provocar gastrite e azia em pessoas sensíveis. Uso não recomendado para hipotensos. Pode aumentar o efeito de medicamentos sedativos.
4. GENGIBRE (Zinziber officinale, L.)
Modo de crescimento: herbácea perene
Parte usada/colheita: rizomas quando as folhas amarelecerem e secarem.
Propriedades terapêuticas: enjôos, náusea, vômitos (na gravidez, de movimento e pós-operatório), dispepsias em geral.
Modo de usar: Chá por decoção - 1-2 colheres de café do rizoma picado em 1 xíc. de chá de água: deixar ferver por 10 min., desligar o fogo e deixar em repouso por mais 10-15 min, coar em seguida. Tomar de 2-4 vezes por dia. Pode ser mastigado puro e/ou adicionado à comida.
Contra indicações: Em casos de cálculos biliares, utilizar apenas com acompanhamento de profissional de saúde. Evitar o uso em pacientes que estejam usando anticoagulantes, com desordens de coagulação, ou com cálculos biliares; irritação gástrica e hipertensão, especialmente em doses altas. Evitar o uso em menores de 6 anos.
5. GUACO (Mikania glomerata, Spreng)Modo de crescimento: arbusto trepador.
Parte usada/colheita: folhas adultas colhidas antes da floração.
Propriedades terapêuticas: gripes e resfriados, bronquites alérgicas e infecciosas, e como expectorante.
Modo de usar: Chá por infusão - 1 colher de sopa de folhas cortadas em pequenos pedaços em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar  3 vezes ao dia.
Contra indicações: Evitar o uso prolongado pois podem ocorrer acidentes hemorrágicos pela presença da cumarina, que tem ação antagônica com a vit. K, e não deve ser usada por pessoas com problemas de coagulação ou doenças hepáticas crônicas . Recomenda-se o uso por no máximo 100 dias. Pode provocar aumento de fluxo menstrual em mulheres com menstruação abundante. Doses acima da recomendada podem provocar vômitos e diarréia. Pode interagir com antiinflamatórios não-esteroidais.
6. HORTELÃ PIMENTA (Mentha X piperita)
Modo de crescimento: herbácea perene.
Parte usada/colheita: folhas e sumidades floridas/ folhas adultas colhidas pela manhã e no início do florescimento.
Propriedades terapêuticas: cólicas, flatulência, problemas hepáticos.
Modo de usar: Chá por infusão - 3 colheres de chá  da erva em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar de 2-4 vezes por dia.
Contra indicações:  crianças em lactação e gestantes. Não deve ser utilizado em casos de obstruções biliares e danos hepáticos severos. Na presença de cálculos biliares consultar o médico antes de usar. Causa aumento do efeito estrogênico quando consumido junto a medicamentos com essa substância.
7. QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri, L.)
Modo de crescimento: erva ruderal.
Parte usada/colheita: folhas e sumidades floridas/ folhas adultas colhidas pela manhã e no início do florescimento.
Propriedades terapêuticas: cólicas, flatulência, problemas hepáticos.
Modo de usar: Chá por infusão - 3 colheres de chá da erva em 1 xíc. de chá de água fervente. Tomar de 2-4 vezes por dia.
Contra indicações: Não indicado na eliminação de cálculos grandes. Não utilizar na gravidez. Em concentrações acima da recomendada pode provocar diarréia e hipotensão. Nunca utilizar por mais de 3 semanas.
8. ERVA BALEEIRA (Cordia verbenacea)
Modo de crescimento: arbusto.
Parte usada/colheita: folhas.
Propriedades terapêuticas: anti-inflamatória, analgésica, contra nevralgias e dores musculares.
Modo de usar: Chá por infusão - 1 colher de sopa de folhas picadas  em 1 xíc. de chá de água . Tomar de 1-3 vezes por dia.
Contra indicações: sem referências bibliográficas.

Referência: Caderno de Plantas Medicinais - SMS/ Subprefeituras/SVMA, 2010.